12 de nov. de 2015

Nas voltas que o munda dá
pensei no fundo de um poço
que rompe sobre o formigueiro

8 de set. de 2015

O que mudou? O que pode ter mudado?
Dá-se continuidade aos caminhos a percorrer!
Lapidados ou não, são os atores os mesmos
Com máscaras ou não, são as personagens incorporando para a cena.
Não há necessidade de dissimular fatos
Não há anseio por aplausos
afrodisíaco das vaidades e orgulho.
Limitou-se aos elogios aos atores
Encantou-se. Tentou entrar em cena.

Restrito. 

22 de jun. de 2015

Reciclagem

O que mudou
 O que pode ter mudado
O que restou mudo
A tática do fino trato.

 O tato 
Pelagem e alma nuas
Água e sal
Fundindo o gelo.

Lapidados ou não
Comparecem os atores
Repetidos, de máscaras ou não,
Personagens incorporando a cena.

Dissimularam os fatos
Fatalidade
Correria o mundo
Revertendo a ordem

Monólogo
Não há lugar de luz
Pedra incandescente
Pesa o corpo, o coração, a alma

Reciclar
Privacidade rompida
Indiscrições dirigidas
Lamentos tardios

Afrodisíaco das vaidades
Que alheios sejam
O coração, acalanto do que é só
É livre
Ser fugitivo não cabe 

I CASA ABERTA - porta aberta ao Nathan!

Estive visitando São Pedro do Itabapoana na abertura do I Casa Aberta, gostei tanto que retornei. Trata-se de um projeto encabeçado por Rossini e Balbino, que já parabenizo pela organização, envolvendo a comunidade, que abre as portas de suas casas para mostra de artesanatos, hospedagem, comidinhas, plantas e o que mais puderem, a exemplo do um Armazém Bertonceli (aberto desde 1891) que "tem de tudo", um museu com relíquias exuberantes, antiquários, uma cachaça tema de doutorado, muita hospitalidade e alegria. Mas não é só a comunidade local que faz essa bela mostra de trabalhos. Lá encontramos também a representação de um artesanato bacana de outros municípios, como Bom Jesus de Itabapoana (RJ), Varre Sai (RJ), Mimoso do Sul( ES) e talvez algum outro que perdi a oportunidade de conhecer.
Bom, nessa nossa imperfeição, correria diária, achamos que passamos despercebidos. Engano!
No primeiro dia, semanas atrás, conheci o Nathan (foto),
que nos fez a apresentação do trabalho de reciclagem de pneus (Estofamentos e Capotaria Junior de Mimoso do Sul). Pois bem, Nathan ficou contente com as fotos, o que eu não poderia imaginar é que se lembraria especificamente daquelas fotos e também da breve fala com pedido de permissão para postá-las na internet, pois são inúmeras pessoas que fotografam o trabalho.
Para minha surpresa Nathan tem uma memória incrível, faz contas com perfeição e agilidade (já foi participante da Olimpíada de Matemática), prova de que zela pelo estudo.
Assim, esse vendedor mirim, que não perde oportunidades, recordou-se e logo veio a pergunta: Você postou minhas fotos? - Hum! Olha só Nathan, eu...pausa para a falta de graça do esquecimento...postei não, mas vamos fazer melhor, faremos tudo de novo!
Então vamos melhorar isso, e vamos divulgar além das fotos, o numero de celular do Nathan de Sá (por ele permitido), para o caso de você gostar do trabalho feito pelo Estofamento e Capotaria Junior, dar sua preferência de compra através de encomendas a ele.
E se encontrar dificuldade de ir até São Pedro escolha na foto dê um telefonema, faça sua encomenda, e ainda assim, se não conseguir, tem ai o telefone do artesão. Mas lembre-se de dizer que foi através da divulgação garantida por Nathan de Sá, esse nobre adolescente, que está inteiramente à disposição para boas vendas e orgulhoso do trabalho que faz.


Nathan de Sá (também no facebook com este nome) que tem o celular 28 999864973 estará também com todos os objetos à mostra em São Pedro de Itabapoana - ES (Mimoso do Sul) para a ultima apresentação do I CASA ABERTA, no próximo fim de semana (26,27, e 28/06) na pracinha da igreja. Belíssimo e útil trabalho de reciclagem de  pneus executado por Estofamento e Capotaria Junior.


24 de mai. de 2015

Diário de domingo de outono.

É mês de maio, já quase no final. O dia veio com a luz límpida, aquecendo e deixando tudo mais claro, improvisando um cenário de alegria e contentamento.

O calor já não é tão intenso como na estação pretérita, e as noites gradativamente crescem mais que os dias. nos trazendo maior conforto para observações.  

Uma tarde de outono deixa tudo mais tranquilo, nos dando oportunidade para vivificar. Um pouco mais de vento, pássaros que cantam com mais intensidade, as pessoas que se recolhem mais cedo exaltando o silêncio. Ponho-me a escrever as emoções que afloram com a tarde.

Tem um bem te vi que todos os dias ocupa o mesmo lugar na castanheira anunciando que a noite está chegando acelerada. Os beija flores em disparada disputam o bebedouro e as garças do Rio Itapemirim em revoada se apressam para ocupação de seus postos. O céu do Itabira, que agora é de um alaranjado menos intenso que o do verão faz lembrar das  cores com que pintei os meus momentos. Todos de cores fortes. Todos intensos.

De toda a paisagem vem a lucidez dessa tarde de outono, proporcionando maior entusiasmo para as reflexões positivas das ofertas que a vida faz, inspirando beleza e ao mesmo tempo melancolia, mostrando a transição entre um acontecimento e outro. 

Todo acontecimento é algo que passa do lado de fora, só produzindo emoções e interrogações se tocar o lado de dentro. Nesse momento é que damos conta da importância que eles tem, diferentemente para cada um. Ele é o ponto de partida para mudanças. Quem presencia o mesmo acontecimento mas não o remete ao interior não produz emoção, não traz em si a reflexão.

É tempo de mudança! É outono. Em muitos lugares, mas não em todos, a queda das folhas deixam as árvores nuas, renovando a vida ciclicamente. A cada novo acontecimento deveríamos nos impôr o questionamento das certezas que trazemos como definitivas, transmutando o pensamento, renovando a vida.

Inserida na paisagem da tarde de outono estou sóbria, sem lamentos ou grandes considerações. Agradecida vejo a entrada da noite, o silenciar dos pássaros, os cães que começam a anunciar que estão famintos e à disposição para um passeio, 

Imagem: LRStz - 

28 de abr. de 2015

Face a face com a hipocrisia.

Dia desses um acontecimento inesperado me remeteu a um momento vivido.
A cena sutil, que a vida me oferta para aprendizado, me convence que ‘o mundo é redondo não por acaso’. A volta nos apanha de olhos semi abertos e quando nos damos conta, tá lá a repetição.

Depois de um tempo acabrunhada, perambulando entre o 'se devo e não devo', resolvi voltar ao jardim não muito distante. Um lugarzinho charmoso, cheio de curiosidades, outrora escondidas, mas que escarafunchadas por um genial e admirável escavador, traz á tona o retrato histórico da construção daquele lugar. 

Recordo então passagens engraçadas, entradas e bandeiras ao vento. Dou boas risadas.

O pensamento imobiliza em lances sombrios e vislumbro a chuva. A retina como refletor de imagens nas folhas que gotejam preguiçosamente os pingos da chuva. Na primeira cena um estridente som de telefone. Aborrecida, mas prezando pela educação, atendo o miserável. Do outro lado alguém com voz doce e suave, após o cortejo inicial, lança de vez a pergunta mortífera – onde você está? Ora, onde estarei? Pronto, o fim do mundo chegou. Sem pestanejar respondi: a caminho do mar.

De santa em santa acabei filha da outra. Meu mundo quase virtual foi esculachado. Enfim, uma armadilha, aquela incrustada voz me acionou, mas não sem antes ter recebido, telepaticamente, a visão de minha localização. Só desejou golpear com o jogo da verdade, sem as garrafas girando. Cretinices de malévolas criaturas que escaparam de um filme de terror para dar voltinhas estúpidas pelo mundo real.

Vi a caixa de pandora se abrir!
Mas como em todo conto, a esperança ficou.
A chuva cessou.  
Com o raiar do dia vem o presente e a próxima cena.

Recostada em confortável cadeira, novamente naquele jardim, absorta em meus devaneios noturnos, ruído parece estrondo, vejo estranhamente uma nave de prata plantar feito pluma. De cada uma das portas despeja um alienígena om a cabeça coberta de lixo. Oh! que estranho mundo! Foram aplaudidos de pé.
Os reconheço. Já me açoitaram uma vez, duas, três, talvez mais!

Alucinei? Cafeína? Talvez. Sorri. Se o mal não te penetra, o universo te coloca face a face com os contrários, e estes, ainda assim, não te farão sucumbir, por certo são retratos pintados, inanimados. 

Contente com meu corpo presente e minha presença de alma. Silenciei. Quando prontos para o combate, novamente face a face eu os reconhecerei, saberei quais os dons da caixa de pandora estarão soltos no ar.

Para lamento dos seres com cabeça de lixo, sou taurina de alma boa, minha estrela ainda me guia com a luz que é colada às primeiras sílabas de meu nome, que, descoberto grafado em saco de trigo, me segue, tal como apareciam amontoados nas estações onde tremiam os trilhos.

Agora cantam os pássaros, como fazem todas as manhãs, rompendo esse filme, coroando com a lembrança boa de quem é feliz só por querer bem.