10 de jan. de 2011

Medo da chuva...

Em dia de chuva olhar pela fresta da janela parecia coisa normal
Saborear os bolinhos na casa da vó em meio a tantas arvores trazia um alento à alma.
Tão rápido quanto o tremor que surgia a cada trovão misterioso seguido a relâmpagos assombrosos
A grande janela de madeira pintada do alto do apartamento era como um imã nos dias de tempestades
Magnetizada se colava àquela janela sombria, vigiava a chuva, lágrimas corriam, outras escondia.
Força sugada pelo medo daquele dia cinza.
As mãos daquela mulher mulata, agarradas as suas, em oração se tornou fortaleza e alento.
E a cada nova tempestade corria escada à baixo procurando seu socorro.
Numa manhã de horror fora de sua fortaleza, o céu enegreceu
Raios em plena manhã? Quem pegará sua mão? E a janela? Nada a fazer
Olhos estatelados de pânico, silêncio na sala de aula, todos olham atordoados, nunca viram aquilo.
Deus veio em seu socorro em forma de uma freirinha vestida de branco.
Pegou sua mão, devagarinho a retirou daquele espetáculo público, a colocou em contato direto com o Todo Poderoso na capelinha coberta de cortinas rosa.
Pouco a pouco venceu o medo, agora suga sua força da chuva olhando relâmpagos e trovões.
1998