8 de abr. de 2011

O eco do grito na velocidade do projetil fatal

Mais um ...
Lara com Z passa agora na TV
Vestido vermelho como o sangue que jorrou na manhã
de uma quinta feira sombria, escorrendo nas escadas como em filme de terror.

Adágio de Marco Antonio Araujo toca baixinho, lembranças..., quando a sorte te solta um cisne na noite...


Uns dizem psicopata, outros louco,outros tantos nem sabem o que dizer.

Espreitam pelo mundo, ele era sozinho, quase não conversava, não tinha amigos...
Os vizinhos o achavam estranho
Com quem falava na madrugada?
Com as armas virtuais dos incontáveis jogos eletronicos
que muitos pais utilizam para "sossegar" seus filhos?
Quem eram suas companhias?

Como gritar para o mundo a doença da alma se há um nó na garganta?

Não aprendeu a sair de sua tortura mental? Não desejou sair?
Sua amarga trajetória virou fel
A explosão de seu grito preparado ecoou pelo mundo
Quem irá ouvir?

Paleativos tampões de ouvidos para quem sente na na alma a perda trágica de seus queridos pedaços, "metade amputada" na canção do Chico.


Imediatismo! Discute-se a segurança nas escolas, discute-se o desarmamento

Calam-se para fatalidades ainda piores anunciadas no levante do bulling, nos tratamentos diferenciados
Vizinhos se escondem atrás das janelas, não querem se envolver com nada que se pareça com o anormal

Pobres crianças, transformem-se em anjos.


Quantos mais por ai, sem diagnóstico, sem amigos, somatizando as dores do mundo, e trancados em seus mundos particulares, articulando nos seus sombrios pensamentos, não aceitando suas doenças da mente, seus transtornos, aguardando o momento do grito fatal.


Escondidos em seus labirintos mentais, cegos, tristes, camuflados de dor, seguem invisíveis para os felizes mortais.

No plano de morte não teve coragem para enfrentar a dor da solidão, levou consigo a alegria de pais, de amigos, como se quisesse lhes roubar o que não teve, o que pensou que lhe deviam.

Honra de heróis a estas crianças que lamentavelmente serviram para saciar Minotauro em seu labirinto

Ecoe o grito das mães, dos amigos, e do invisível ser.

Lamentem suas mortes, lamentem o bom dia esquecido, lamentem a indiferença, o descaso, a cegueira, a falsidade, a má prestação de serviços, a falta de segurança, lamentem o caos social, lamentem por aqueles que fingem não ver, que se acomodam, mas, lamentem também pelos grupos que segregam com a elegância de girafas ao lado das formigas.


 LStz