Difícil falar, mas difícil também não
manifestar o que penso sobre tudo isso que está acontecendo.
A freira Dorothy Stang, religiosa
norte-americana naturalizada brasileira, foi assassinada, aos 73 anos, com seis
tiros numa estrada na cidade paraense de Anapu, no dia 12 de fevereiro de 2005.
Na época, a irmã Dorothy lutava pela implantação do Projeto de Desenvolvimento
Sustentável Esperança em comunidades extrativistas da região.
A juíza Patrícia Acioli em 12 de
agosto de 2011, em Niterói, foi morta por policiais que investigava.
Um dos líderes comunitários da
Associação dos Caboclos, Indígenas e Quilombolas da Amazônia (Cainquiama),
Paulo Sérgio Almeida Nascimento, de 47 anos, foi morto a tiros na madrugada do
dia 12 de março de 2018.
Há suspeitas de que o assassinato
da vereadora no RJ, Marielle Franco, em 14 de março de 2018, tenha sido
justamente por denunciar abusos da corporação policial.
Algo de muito errado acontece com
os seres pensantes. Quantos assassinatos de pessoas que tiveram a coragem de
denunciar algo de errado. E ai, vem alguém dizer para você ficar calado. Vem
alguém apontar que você é a favor da corrupção, quando é exatamente o
contrário. E vem alguém dizer que faz parte do golpe e outros falarem que esses
ativistas são todos comunistas e merecem morrer. Circo de horrores!
Não há diferença entre as mortes
citadas quando se analisa o resultado esperado pelos assassinos e mandantes.
O que está em jogo é esse CALABOCA
que desde que o mundo é mundo uns querem impor aos outros. E comumente é
assassinado quem luta por direitos de quem não tem vez e nem voz. A diferença
entre os que são assassinados e os que matam ou mandam matar é a covardia. Quem
grita NÃO PÕE MASCARAS, escancara. Quem mata ou manda matar, precisa se
esconder, são covardes, estão feito ratos na toca, ou misturados no meio de quem nem desconfia o
monstro que há neles.
As características pessoais de cada
uma das pessoas assassinadas, pelos motivos citados, não deve ser parâmetro
para qualquer julgamento. A motivação dos assassinatos sim deve ser analisada.
Querem impor o medo em cada um de nós.
Se há policiais de caráter, existem
os sem. Se há políticos sem caráter, tem os que entram para a vida política por
se sentirem capacitados e são hábeis e éticos. E assim, vai! Em tudo é assim.
Mas quando a contaminação dos sem caráter abala as estruturas do estado, não há
pessoa que sozinha possa lutar. Imagine quantos policiais que são sérios em
suas condutas sofrem dentro de corporações doentes. São ameaçados por colegas
de profissão. Existe isso em qualquer profissão. Só que eles POSSUEM as armas
que deveriam nos defender. É muita coisa gente!! Vamos pensar! Todos nós somos
vítimas desses crimes. Não é direita ou esquerda.
Lutar para que o país entre
novamente no eixo, denunciar que os bandidos estão armados e a população está
sofrendo com tantos latrocínios não pode ser de forma a excluir a revolta dos
que perdem seus lideres comunitários ou políticos.
Se eu estiver errada em meus
pensamentos, então não sei mais o que é ser "humano".
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