Quem aspira à tutela jurisdicional visando ao dano moral nos crimes contra a honra não deve ambicionar exclusivamente a uma indenização pecuniária, pois nenhuma valoração financeira extingue o malefício causado, e ficará valendo o dito popular: “não se juntará as plumas lançadas ao vento”.
11 de set. de 2013
8 de set. de 2013
MONTE de gente ALEGRE
Alegre de leveza no passo e fala mansa no ar.
Nos lábios sorriso farto, gargalhada tímida,
ombros largos que cabem um mundo.
Peito aberto, corpo fechado.
Nos olhos o céu límpido da consciência sem dor,
nos braços a força dos troncos,
nas mãos ágeis a brandura,
nos pés a segurança da terra.
Um altar que é pra todo mundo de paz.
É lá que a mesma mão traz a vida e a devolve à terra.
A cara da traquinagem escondida
sinaliza crianças brincando.
É perfume de paz.
Lacuna entre querer e não poder,
mas ainda assim fazer.
De tantas Marias que fazem,
esse Monte vai fazendo.
Árvores Marias cheias de graça, senhoras de si.
Bendita floresta do ventre livre,
rogai por todo delírio de quem te devastou
E sem piedade te plantou em outra terra.
São frondosas Árvores Marias
Que vão colorindo as danças,
tambores, flores, fogueiras
e todo o Monte Alegre de gente.
e todo o Monte Alegre de gente.
LStz
3 de set. de 2013
28 de fev. de 2013
Serenidade
Para encontrar um caminho não basta olhar de frente.Ao lado e para trás, insistentemente.Ir e voltar diversas vezes.Muitos caminhos percorridos e seus pés deixaram marcas.Observá-las.Dizer um "não" para uma oportunidade pode ser o inicio de um futuro "sim" para o crescimento.Quanta beleza tem dentro do dia, somam-se todos, cada um traz sua própria exuberância.LStz
28 de jan. de 2013
O Vigia
O
homem com as duas mãos agarradas ao portão de grades azuis, as minhas agarradas
ao volante.
No vidro os pingos fortes da chuvarada que cai.
Um dia cinza refrigerando a alma nesta terra tão quente. Notícias amargas de um domingo reflexivo.
A imagem do homem está lá.
Passará seu domingo ali,
sozinho, com seus pensamentos. No vidro os pingos fortes da chuvarada que cai.
Um dia cinza refrigerando a alma nesta terra tão quente. Notícias amargas de um domingo reflexivo.
A imagem do homem está lá.
Um carro para, o homem se levanta, o carro vai, nenhum movimento em sua direção.
Retorna a seu posto.
Senta-se olhando o nada.
Levanta-se ao surgir novo carro, espreita, espera, o carro vai, volta o homem a se sentar, as mãos agarram a grade azul como num abraço inanimado.
Outro carro. Os movimentos se repetem.
Continuo a poucos metros, parada, indecisa.
Esqueço o rumo que decidira tomar.
Observo o movimento lento a cada carro que entra no recuo para fazer retorno à cidade.
Quem sabe alguém parasse a se informar, quiçá alguém necessitando ajuda? Isso aliviaria a tensão daqueles braços agarrados à grade...
A visão da chuva caindo, o homem sempre pronto a atender, ninguém para.
Outros carros em movimento, tudo me faz retornar, passo devagar pelo homem que se levanta, agarra-se à grade, sempre a olhar.
Expectativas de romper o silêncio.
Sigo.
O vejo e me vejo através do espelho. Ele mira. Silenciosos.
A velocidade aumenta, admiro a chuva que agora é mansa.
Faço meu caminho de volta com o pensamento na expectativa solitária do vigia.
Ao retornar para os seus vai encontrar seu espaço, seu lugar, sua forma de viver, continuará silencioso acostumado àquele silêncio interior.
18 de nov. de 2012
11 de nov. de 2012
Um clarão na fresta da porta
Flores, flores, e mais flores
Flores, raízes e folhas
Troncos, frondosos troncos
Galhos
Flores caindo ao chão
Pétalas cingidas de folhas secas
Pó, pedra, terra e suor
Inanimados
Contempladores dos descalços pés
sobre as amarelas folhas
sobre as amarelas folhas
Espinhos
Som de paz e de guerra
No estalar das vencidas folhas secas
No silencio das pulverizadas pétalas
O rastejar dos pés
Lampejo
que se espreita pela fresta da cerrada porta
que se espreita pela fresta da cerrada porta
É o tempo que foi raiz, tronco, galho, folha, flor, pétala
Espinho cravado ao suor
do pé fincado na terra
pisando pedra, pó, folha, flor
Era para ser somente uma mística visão do sol se pondo
25 de out. de 2012
30 de ago. de 2012
Centenário do Professor Dr. Deusdedit Baptista
Num pequeno e singelo texto Laura Stanzani, lá de Portugal, curtiu o centenário do Professor Deusdedit Baptista. Recordou com as fotos de seu casamento civil no Brasil, que fora possibilitado pelo auxílio de Professor Dr., que assinava como procurador daquele que do outro lado do mar também se casava com ela por procuração.
"Meu querido professor que Deus deu - Deusdedit!
E Deus deu-te bondade, sabedoria, alegria, generosidade, dedicação e solidariedade para repartires com aqueles que tiveram a sorte de viver no teu tempo e no teu meio.
Eras um rosto da cidade. Um rosto aberto e sorridente. Sorrias todo, até às orelhas, com todos os dentes. Que lindo!
Agora lá estás com a nossa querida Théia. Esperem por nós, que vamos lá ter. Por enquanto ainda temos que ir lutando para sermos bons, generosos, dedicados, solidários e alegres.
Viva a alegria!
Um "bem-haja" a todos os que tiveram esta feliz iniciativa"
Laura Stanzani Lapa
7 de jul. de 2012
Sincronismo óptico
Sou pelo politicamente incorreto
Aquele que não vê explicação em verdade fabricada
Cuja visão despretensiosa consegue ver beleza até no que incomoda.
Sou também pelo politicamente correto
quando assim o for, de uma verdade pura, interna, intensa,
sem ser esponja de lugares comuns, pensamentos comuns.
O que é complexo é meu ímã.
Comportamentos que só se adequam a conceitos antigos
são apenas maquiagem de excremento.
Gosto dos loucos e dos santos, sim!
Mas não escolho meus amigos somente pelo brilho questionador.
É por algo maior!
É pela transmutação eclética do sincronismo óptico
que explode em invisíveis partículas os pensamentos mais secretos.
LStz
É por algo maior!
É pela transmutação eclética do sincronismo óptico
que explode em invisíveis partículas os pensamentos mais secretos.
LStz
3 de jul. de 2012
Lucidez
Marcada por um lampejo de fogo.
Travestida de lucidez, a taça.
Inteira, brilhante, delicadeza sutil.
Som bizarro penetrando almas
Bendita luz cruzando o ar
Decepando.
Metade, visão opaca, revirando os monstros
Maldita taça!
Bebeu o sol!
Engoliu a tarde!
Enegreceu o mundo!
Zombou de todos!
Serviu cicuta!
A taça louca
Na pretensão de ser Príapo
saudou seu Baco
partiu-se ao meio
saboreou seu vinho, seu corte.
LStz 02.06.2012
26 de jun. de 2012
25 de jun. de 2012
...Roda
A surpresa atingiu a bomba d'água.
Vermelho o chão.
Eis que surge a roda que um dia fez pulsar a água clara que circulava límpida.
Num leito verde devassado por paredes que não mais se vê.Caída a roda.
Restou ao complexo cinza se colorir com imagens mentais.
Plainava sobre a Roda Morta do mais maldito dos malditos e os ancestrais que ali passaram.
O triste em tudo isso é tudo isso.
18 de jun. de 2012
Disfarce
O que deseja não é o que faz.
Sem sentido.
O que diz é disfarce.
Seu, meu disfarce!
Amado disfarce.
Amado disfarce.
Deixa viver sem o risco do ataque inédito.
Sonhar, sem perder a essência.
Serenidade que abriga a alma.
Um sossego que aquieta e acalma
ou quem sabe queime e incendeie.
Um amado disfarce.
Que faça forte para não sucumbir,
posto que a alma em chamas é frágil.
É doce.
É dia em que enxergas por dentro,
derrete o gelo
escorre à face.
derrete o gelo
escorre à face.
É dia em que o tapete voou
poeira levantou
Olhos de espanto avermelham o céu.
Amado disfarce
Esvai-se devagar
Esvai-se devagar
Que o rancor não te roube lugar
Que a brandura se achegue mansinho
E antes do anoitecer já amara estar só novamente.
Lerá livros antigos
recordará dias com amigos
Redescobrira
Seus desejos com sentidos,
Revolucionará esse mundo caduco
E sem disfarces,
brandura e alma lavada
Traduzirá
Singeleza
Fragilidade perfeita.
brandura e alma lavada
Traduzirá
Singeleza
Fragilidade perfeita.
LStz
17 de jun. de 2012
Como nos conduzimos
O
comportamento de um único sujeito pode acarretar danos ou benefícios a um indivíduo
ou a um grupo, porém um momento visto isoladamente não pode definir caráter ou a
falta deste.
A constância de determinados comportamentos sim, pode na relação de intensidade, tempo e espaço definir com quem estamos nos relacionando.
A constância de determinados comportamentos sim, pode na relação de intensidade, tempo e espaço definir com quem estamos nos relacionando.
Embora
uma atitude isolada possa dizer muitas coisas a respeito da personalidade, das
máscaras, não pode definir o caráter.
Podemos,
por exemplo, mostrar insegurança diante de fatos novos, medo, raiva, ter um
sentimento negativo em relação à confiança, alegria, enfim, motivações que
podem nos levar a tomar atitudes repulsivas que nos surpreendem.
O
fato é que cobramos do outro atitudes que não temos, e isso é uma constante.
Eu, tu, ele, nós, vós, eles, todos atuamos com nossos papeis, não importa a "caracteriologia".
Eu, tu, ele, nós, vós, eles, todos atuamos com nossos papeis, não importa a "caracteriologia".
8 de jun. de 2012
Resposta
O tempo persegue e esse pêndulo
anda rápido.
Ludibriá-lo
Esconde-esconde, lá vem ele, um passo sempre adiante.
Resolve então andar atrelada a ele, não se pode pará-lo.
Corre junto apostando todos os dias que ele não passe à frente.
Resolve então andar atrelada a ele, não se pode pará-lo.
Corre junto apostando todos os dias que ele não passe à frente.
Permanecer...
Em algum lugar, algum tempo que ficou pra traz, distante.
Tempo
em que poderia ter feito escolhas.
Reaparecem
todas
Não há respostas, só tempo.
Tempo passado e presenteLStz
23 de mai. de 2012
Prudência
O segredo que há, ali está,
sob a sombra de gestos frescos, adocicados.
Guardado!
Nem tanto por segredo ser.
Talvez para não se mostrar como um mal
que visa essa trama torpe de se perpetuar
e sobre toda a espécie prevalecer.
Maniqueísmo do mundo moderno.
Lstz
Telas que pintam no céu
A imagem de um entardecer faz-me refletir. A velocidade com que se modificam os tons do infinito parece competir com a velocidade que fixo ao acelerador, tudo vai mudando, as cores, as paisagens, os pensamentos.
A lua ainda branca aguarda seu momento de cena. Não podem brilhar ao mesmo tempo.
Sigo viajando. Refletindo.
A lua ainda branca aguarda seu momento de cena. Não podem brilhar ao mesmo tempo.
Sigo viajando. Refletindo.
Falta-me aptidão para admirar relações que simbolicamente são encontros de consoantes e vogais.
Relações com excesso de individualismo, mas sem personalidade, sem particularidade, estas não deveriam fazer parte de meu vocabulário. As sustento.
Vejo a nuvem escura. É dom. O sol consente que a nuvem pesada e escura passe à sua frente, e pacientemente a deixa transitar!
Tão logo ela se vai...devagarinho...mudando de formas, lá vem ele novamente, os raios, riscando de arte o infinito...
Mistura azul intenso, alaranjado, cinza amarelado, cores no alto que vão plainando, colorindo com uma mão invisível as telas da minha vida.
LStz
2012
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