18 de jun. de 2012

Disfarce



O que deseja não é o que faz. 
Sem sentido.
O que diz é disfarce.
Seu, meu disfarce! 
Amado disfarce.
Deixa viver sem o risco do ataque inédito.
Sonhar, sem perder a essência.
Serenidade que abriga a alma.
Um sossego que aquieta e acalma
ou quem sabe queime e incendeie.
Um amado disfarce.
Que faça forte para não sucumbir,
posto que a alma em chamas é frágil.
É doce.
É dia em que enxergas por dentro, 
derrete o gelo 
escorre à face.
É dia em que o tapete voou
poeira levantou
Olhos de espanto avermelham o céu.
Amado disfarce
Esvai-se devagar
Que o rancor não te roube lugar
Que a brandura se achegue mansinho
E antes do anoitecer já amara estar só novamente.
Lerá livros antigos
recordará dias com amigos
Redescobrira 
Seus desejos com sentidos, 
Revolucionará esse mundo caduco
E sem disfarces,
brandura e alma lavada 
Traduzirá
Singeleza 
Fragilidade perfeita.
LStz
           




17 de jun. de 2012

Como nos conduzimos



O comportamento de um único sujeito pode acarretar danos ou benefícios a um indivíduo ou a um grupo, porém um momento visto isoladamente não pode definir caráter ou a falta deste. 
A constância de determinados comportamentos sim, pode na relação de intensidade, tempo e espaço definir com quem estamos nos relacionando.
Embora uma atitude isolada possa dizer muitas coisas a respeito da personalidade, das máscaras, não pode definir o caráter.
Podemos, por exemplo, mostrar insegurança diante de fatos novos, medo, raiva, ter um sentimento negativo em relação à confiança, alegria, enfim, motivações que podem nos levar a tomar atitudes repulsivas que nos surpreendem.
O fato é que cobramos do outro atitudes que não temos, e isso é uma constante. 
Eu, tu, ele, nós, vós, eles, todos atuamos com nossos papeis, não importa a "caracteriologia".


8 de jun. de 2012

Resposta

 O tempo persegue e esse pêndulo anda rápido.
Ludibriá-lo
Esconde-esconde, lá vem ele, um passo sempre adiante. 
Resolve então andar atrelada a ele, não se pode pará-lo.
Corre junto apostando todos os dias que ele não passe à frente.
Permanecer...
Em algum lugar, algum tempo que ficou pra traz, distante.
Tempo em que poderia ter feito escolhas.
Reaparecem todas
Não há respostas, só tempo.
Tempo passado e presente
                LStz


23 de mai. de 2012

Prudência

O segredo que há, ali está,
sob a sombra de gestos frescos, adocicados.
Guardado!
Nem tanto por segredo ser.

Talvez para não se mostrar como um mal
que visa essa trama torpe de se perpetuar
e sobre toda a espécie prevalecer.

Maniqueísmo do mundo moderno.
Lstz

Telas que pintam no céu


A imagem de um entardecer faz-me refletir. A velocidade com que se modificam os tons do infinito parece competir com a velocidade que fixo ao acelerador, tudo vai mudando, as cores, as paisagens, os pensamentos. 
A lua ainda branca aguarda seu momento de cena. Não podem brilhar ao mesmo tempo. 
Sigo viajando. Refletindo.
Falta-me aptidão para admirar relações que simbolicamente são encontros de consoantes e vogais.
Relações com excesso de individualismo, mas sem personalidade, sem particularidade, estas não deveriam fazer parte de meu vocabulário. As sustento.
Vejo a nuvem escura. É dom. O sol consente que a nuvem pesada e escura passe à sua frente, e pacientemente a deixa transitar!
Tão logo ela se vai...devagarinho...mudando de formas, lá vem ele novamente, os raios, riscando de arte o infinito...
Mistura azul intenso, alaranjado, cinza amarelado, cores no alto que vão plainando, colorindo com uma mão invisível as telas da minha vida.
LStz




                                          2012 

22 de mai. de 2012

Desenrolar do Pergaminho

Por vezes acordo no meio da noite e me ponho a escrever. Às vezes é só uma frase que surge do nada, avulsa, sem sentido aparente. Outras vezes são ideias, pensamentos completos. Há noites em que chego a preencher folhas inteiras, o raciocínio flui velozmente, sem autodomínio. Hoje, já durmo com papel e caneta no travesseiro ao lado.
Não quero ser surpreendida por esta compulsão, que me arrebata nas madrugadas, me forçando a sonambular pela casa em busca de local para depositar o conteúdo do meu pensamento que, aos borbotões, emerge do meu inconsciente. Isso começou quando eu era, ainda, uma adolescente.
Lembro que a primeira vez que isso me aconteceu, eu devia ter uns quatorze anos, por aí. Interessante é que não se tratava de um texto. Era o desenho de um pergaminho, com as pontinhas enroladas e tudo. Daqueles que o mensageiro do rei usava, para levar mensagens de um canto ao outro do reino, lembra? Foi assim que tudo começou.
Não levei muito a sério. Na época achei o máximo descobrir como se desenhava um pergaminho. Houve um tempo que cheguei a pensar que não era eu quem escrevia, achava esquisito ter esses lampejos noturnos, mas acabei me acostumando. Escrevo mesmo no escuro, em linhas tortas, com letras garranchadas.
No princípio só falava sobre isso em casa com os mais próximos. Hoje, não temo mais que me considerem “diferente”. Na verdade, não sei bem o que entendem por diferente. Tão bonzinhos!...
É bem verdade que nunca ouvi alguém dizer que tem sintomas semelhantes aos meus, mas de uma coisa estou certa, não se trata de nenhuma patologia. Até me sinto muito bem quando isso acontece e só tomo conhecimento, de fato, do conteúdo do que escrevi, quando acordo pela manhã.
A maioria desses escritos acaba mesmo é na lata do lixo.
Não sou aquilo que se pode chamar de uma pessoa organizada, pelo contrário. Sonho em ter uma secretária que passe os dias ao meu lado, recolhendo minhas ideias, meus pensamentos, minhas frases, minhas palavras e que depois organize tudo e me entregue digitado e salvo em um pen drive.
21/05/2012 Maria Regina Torres

2 de mai. de 2012

Toalha de papel

As escritas sobre a mesa
desenhando vida de caneta azul
desenrolando enigmas
das opiniões circulares
que em sincrônia dançam
a nossa frente

O choro da garrafa gelada

se mistura a tinta
De azul
vai pintando a vida
O invisível Freud
Interroga, exclama!

Consagrado está

no papel da mesa
o destino delirante
dos que sabem
onde sombra e luz
se encontram.
É sempre, ao final um belo papel!

LStz










5 de abr. de 2012

Camaleão

Não há certeza em nada
nem mesmo no que momentaneamente te ocorre
na mente, ao redor...
Mas há que se fazer escolhas!
Separar, passar uma peneira em tudo que te rodeia
Não lamentar perdas inúteis.

Acreditar, mesmo na incerteza, ainda que com espanto,
que os interesses que movem o mundo
que chega até você em dado momento,
são os degraus sórdidos que se busca para se chegar ao topo do nada.

Crendo, seja você o nada aos olhos do mundo,
e seja você o tudo que deseja ser
Ao espanto, silencio
Ao sangrar, sorriso...e livro
LStz


28 de mar. de 2012

Robotizados!

Hoje os carteiros deveriam ser chamados correspondenteiros. Bateu uma vontade ter um carteiro na porta. Um carteiro daqueles que batia palmas e gritava no portão: "Carteeeeerooooooo...."
Nessa hora sempre corríamos pra saber a novidade que continha naquele envelope de bordas listradas, era sempre os de listinhas azuis e vermelhas, que não sabíamos o que significava,  que traziam maior alegria, corria de mão em mão, dos adultos, é lógico, pra família toda ler. Havia a certeza de que quem escrevera estava bem e  perdera um saboroso tempo desenhando para que a letra estivesse mais perfeita possível, só para agradar, para transmitir o carinho expresso em palavras de tinta em papel.
Parecia até que tinha som! É um dia que tem essência e aguça o olfato, lembrança viva de dia alegre.
Já escrevi cartas e ansiava a resposta demorada, meus envelopes eram de listinhas verdes e amarelas, ou era branquinho sem listas com algum desenho bonitinho, meu papel, como aprendi, deveria ser delicado, branquinho. Ah! Eu sempre adorei papeis de cartas bem finos. Também já prometi enviar carta que nunca foi postada. Decepcionei!
De uns tempos pra cá ando confusa, tem um clicar de dedos que me faz esquecer que um dia usei lápis, papel ou caneta. Neurose? Talvez! Disfarces da tecnologia que não me deixam mais pensar? Não sei.
 É um silêncio que vem, e que vai. Sem lugar de partida, sem saber onde é a chegada. Pode ser norte, pode ser sul. E quando se faz uma pergunta! Não sei se a resposta é uma fala, ou somente uma escrita. Mecânica, tecnológica.
Ando mesmo preocupada!
Estou desaprendendo de falar, e assim penso que talvez desaprenda de ouvir.
Nesse silêncio interno de palavras rápidas que vão e que vem em minutos, começo a reaprender a escrever. E os gritos externos pouco a pouco vão impregnando meu papel digital.
Na minha inquietude onde a falta de som é pressão, a dádiva divina da fala se oculta, minhas palavras tem formas constantes, só mudando cores de fundo conforme a estação.
Sem saber o paradeiro de meu devaneio tecnológico, arquivei palavras, vindas de onde não sei. Amanheceu... Sufoco a paz rompida, as palavras arquivadas... devastei com sabor de ácido e sal.
 LStz

10 de mar. de 2012

Quietude

Silêncio
Auto explicavél
Penetra o que você permite
Paz, quietude, serenidade, amor               raiva, sonho, fantasia,                   
melancolia, angustia, dor
leituras, releituras de atos
no eu, teu, ao redor
crescimento, sabedoria,
morte, vida
Ambiguidades doces,
ternas, minhas.
Lstz
                          

4 de mar. de 2012

Aliados Meus


por vezes 

inconstante

  inquietude
  
torna-se 

perfeita aliada!

2 de mar. de 2012

E eu... numa súbita prepotencia

Conto as horas para repetir palavras
E o que é ternura voa no invisível
Sem som, sem tom, sem formato
Convence que o afeto contido
é sempre palavra repetida 
e numa súbita prepotencia me deleito
em versos julgando-os meus.
Espelho de meus atos, quebrado em dezesseiss partes
de valores iguais, cada um refletindo diferentes imagens
de incertezas, que dançam a minha frente
Conto as horas para repetir palavras
que irão transbordar meu rio, eu sei,
Somente as repito, sem som, sem meu tom, sem minha melodia.
LStz

13 de fev. de 2012

Meio e ponto!

Quando criança, com os olhos brilhando vislumbrava a coleção dos maiores filósofos do mundo na estante cerrada com portas de vidro, estante proibida, só havia permissão para ler os da estante lateral, esta era a estante dos sonhos e fantasias, livros que lia atentamente numa tarde, no quarto do meio, daquela casa envolta em arvores.
Até algum tempo, não distante, ainda se questionava por não tê-los lido, e pensava em quantos deixará de ler. Tentou resgatá-los, enfim, não se sabe os motivos de não os ter lido. Passaram-se dias, meses e anos entre tantos contados, 14, 20, 30, ou mais.
Amanheceu, correu o dia, os minutos se transformaram em longas horas, alçou seu voo, contemplou um pôr de sol exuberante a 80, 100, 120 km, dando rasantes e cortando o vento nas curvas, apreciando montanhas e nuvens.
Veio a lua, coloriu de prata seu céu, desejando fazer crer que depois o mundo fica azul ou da cor que se quiser pintar. Os minutos se transformaram novamente em longas horas, e em meio a estrelas e luzes urbanas a intrigante lua se tornou pequena, insignificante.
Saltou-lhe aos olhos o real.
Uma tempestade de idéias que a faz girar.
Seu voo agora é gelado, e numa febre repentina surgem asas de fogo.
Num espaço sombrio, não mais tendo a nítida visão, tanto faz ser iceberg ou vulcão incandescente, fraquejaram embaralhados os sentidos, sinais confusos forçaram pegar a indevida rota.
A Intuição, eterna companheira, agora segue desordenada em um circuito fechado, não é mais seu absoluto socorro.
O improvável lhe paralisa as asas que docemente cortavam seu céu. Foi de um extremo a outro, sem tocar seu chão, seu porto.
Na espiral do silencio. Emudeceu.
Ali estava com sua outra parte que havia se apartado há tempo. A parte que só vive se alimentada de extremos. A parte que já não mais almejava. Sua metade enjaulada.
Os livros que outrora ansiava voaram à sua frente, páginas arrancadas ao vento colorindo de branco o negro céu, feito pequenos balões entre capas prateadas lançadas umas contra as outras. Não os aspira mais!
Abraçará sua parte de extremos, arriscará seus caminhos tortos, conviverá com o enigma das escolhas arriscadas. Captura sua parte extremada bem no centro, não a perderá, mas a enlouquecerá por dar-lhe visão, por retirar-lhe a flor da pele onde se expõe.
Desperta do seu mundo de extremos desvairados.
Agora será meio!...Sem certezas.
Meio e ponto! Meio quente; meio frio; meio ar; meio vento; meio sol; meio lua...
Será assim... Meio morte, meio vida!
                                                                LStz

4 de fev. de 2012

A vida em quadrinhos

Quem pode gostar desse barulho de mar
Dessa paz fugaz
Da inquietante noite com estrelas exibidas a desfilar
Quis gritar palavras de fogo
A atingir milhas
De secar o insolente mar
Parar o tempo
O recontar
A quem importa se sensível ou ingênuo
A carne já exposta ao vento cortante
Danou-se! Não aprendeu a jogar
Caíste no abismo
que juraste não mais entrar
Cerra teus olhos sem lamento
Reconta o tempo
Espera a chuva
Teu maior alento
Lava tua alma
A recomeçar
Numa grande festa
Que viver é isto
Feito quadrinhos dos gibis alucinantes
que anestesiam, enfeitiçam, fazem sorrir,
e vão pra estante ou algum canto qualquer
a ser passado adiante.

LStz


28 de nov. de 2011

Com som, sem cor

Lembranças e fantasmas
De mãos dadas
Pretendem um lugar
Aparecem e desaparecem
Não desejam convites
Espreitam oportunidades
Nisso são bons
Fantasma camarada
Te faz rir
Lembrança boa sorrir
Os dois unidos, se maus, assustar
Inverter o céu em mar
Fazer trovejar
Teu sorriso molhar
Ao avesso de ouvidos
Entradas “USB” me seriam mais úteis
Ao invés de palavras,
como fez Joe Bonham do filme Johnny vai a guerra
Código Morse.
Inércia total.
                                  LStz

27 de out. de 2011

Na noite solitária


Em frente ao espelho
a janela da alma
reflete o sonho
colorido

Mão desliza sobre o véu

pele, lábios, olhos
cores delicadas, sonhos

Cerrada a porta

sorrisos longos
cantarolar alegre
busca incessante

Sorrisos, risos, gargalhadas

movimentos bruscos
delicadeza perdeu

De volta ao espelho

chove na mesma janela
reflete o cinza
escorre a tinta

Mãos puxam o véu

desnudam a alma
o grito sufocado
encurva-se ao chão

Adormece a bela

Morre o sonho
alimenta a fera
para outro fim
                        LStz

23 de set. de 2011

Tatuagem na alma

Segundo dia de primavera
o dia amanheceu com um sol de preguiça
iluminando as folhas trazendo o verde
Presença que eleva o espírito
Disposição, vida, trabalho, incertezas,
cansaço.

Alegria faz retornar a juventude
mudança interior
Esforço por esta integração
Resultado invisível aos olhos
Fidelidade ao que é digno
amadurecimento tatuado.
LStz

29 de jun. de 2011

Para que títulos se a voz não é ouvida?!



Atenas Capixaba; Princesinha do Sul; Capital do Mármore; Cidadão Cachoeirense; Cachoeirense Ausente; Orgulho de ser bairrista. Títulos que homenageiam a cidade e seus cidadãos.
Cachoeiro de Itapemirim foi a inspiração de muitos ilustres personagens de nossa história e hoje deles nos recordamos celebrando o legado que aqui deixaram. Na comemoração do dia de Cachoeiro homenageiam-se os ilustres presentes e os ausentes, cidadãos que contribuem ou contribuíram para a evolução da querida princesinha do Sul.
Com a euforia das festividades deste junho de 2011 ocorreu-me a lembrança de que Cachoeiro havia recebido de dois cidadãos Paulistas, Valdieri Martin e Angella Borelli, um presente valioso: a brilhante idéia de ensinar a esculpir na rocha que dá o título a esta Capital do Mármore. A Princesinha do Sul se emocionou na inauguração da FUNPROARTE, e na arte de esculpir estiveram inscritos aproximadamente 128 alunos.
Contudo, o livre espírito artístico, foi apunhalado e reduzido a pó e papel, assim também, o projeto ao qual foram dedicados quase 20 anos de vida dos escultores Valdieri e Angella. A Fundação Pró Arte foi “deixada de lado” pelo poder público municipal. Não há que se falar em datas, pois o poder público, seja em qualquer mandato, tem o dever, que é sinônimo de obrigação, de apurar fatos e restabelecer a ordem. Incendiou-se, literalmente, a FUNPROARTE! Documentos, primeiras esculturas em argila que fizeram orgulhar não só os escultores, mas familiares e cidadãos que acompanhavam o projeto.
O que se almeja hoje é restabelecer o direito de ver cumprido o que está consignado em ata HISTÓRICA da Câmara Municipal, onde somente se viu igual número de pessoas no plenário daquela casa quando da discussão (oposta) da instalação do presídio. É um caso recorrente, a cada novo exercício de mandato muda-se tudo de lugar, o que se construiu em um mandato é destruído no outro, seja governo Municipal, Estadual e até Federal. É comum, é o que vemos, mas não é o que queremos.
A história se nutre de fatos, é contada por documentos, não há como apagar, no local (doado pelo município) onde foi um dia uma Fundação considerada documentalmente de utilidade pública, com o fim de ensinar a arte de esculpir em mármore, hoje se instalou o caos, esculturas que lá estavam foram danificadas ou mesmo destruídas, outras, salvas por Valdieri e Angella aguardam quem as receberá para ser parte do acervo cultural desta Atenas.
Existem leis e decretos visando a criação e organização da Fundação Pró Arte, a lei n° 3907/94 – Dispõe sobre a criação da FUNPROARTE, 9644/94 – aprova o conselho curador; Decreto 10.405/96 – Aprova o estatuto da Fundação Pró Arte; Decreto 10.406/96 – Aprova o regimento interno; Decreto 10.887/97 – Aprova a diretoria Executiva; Lei 4445/97 – autoriza ao poder público municipal a prestar ajuda financeira a Fundação. Tudo letra “quase” morta!
Para que servem tantos títulos se a voz dos cidadãos da Atenas Capixaba, Capital do Mármore não é ouvida! Muitos alunos estiveram na Câmara Municipal manifestando-se em prol da fundação, em jornais já se escreveu em defesa da Fundação Pró Arte. Em 1998, a Defensora pública Viviane Terezinha Romanelli, sobre a possibilidade de fechamento da Funproarte escreveu sobre o que havia lido em 18/04/94, palavras que nos emociona: “(...) com muita tristeza, pude ler que a Fundação está com seus dias contados. Será que nós homens temos o Direito de, com nosso descaso interferir na história interrompendo um projeto de grande valor cultural, social e econômico para nosso município? E continua sobre texto que Valdieri escreveu da hipótese da Fundação somente ter o alcance desejado em 2015: (...) “Se assim for, muitos de nós terá de assistir ao evento dos camarotes do Céu, pois já não mais estaremos aqui “di persona” para sentir aquela emoção que todos nós sentimos, principalmente Valdieri e Angella, no momento daquela inauguração”.
O Cachoeirense Presente deste ano de 2011, Juarez Tavares, foi um dos primeiros entre tantos outros a exemplo de Wilson Dilem a se pronunciar em defesa do projeto da FUNPROARTE. Quem o defenderá novamente?
Aqueles que repetindo o gesto de “Pilatos” lavam as mãos, não terão chance de arrependimento, quem tem competência para tal, mude o rumo da história, escreva seu nome nela, ressuscitando este projeto de importância cultural, social e econômica para Cachoeiro.
26 de junho de 2011
( LStz)


8 de abr. de 2011

O eco do grito na velocidade do projetil fatal

Mais um ...
Lara com Z passa agora na TV
Vestido vermelho como o sangue que jorrou na manhã
de uma quinta feira sombria, escorrendo nas escadas como em filme de terror.

Adágio de Marco Antonio Araujo toca baixinho, lembranças..., quando a sorte te solta um cisne na noite...


Uns dizem psicopata, outros louco,outros tantos nem sabem o que dizer.

Espreitam pelo mundo, ele era sozinho, quase não conversava, não tinha amigos...
Os vizinhos o achavam estranho
Com quem falava na madrugada?
Com as armas virtuais dos incontáveis jogos eletronicos
que muitos pais utilizam para "sossegar" seus filhos?
Quem eram suas companhias?

Como gritar para o mundo a doença da alma se há um nó na garganta?

Não aprendeu a sair de sua tortura mental? Não desejou sair?
Sua amarga trajetória virou fel
A explosão de seu grito preparado ecoou pelo mundo
Quem irá ouvir?

Paleativos tampões de ouvidos para quem sente na na alma a perda trágica de seus queridos pedaços, "metade amputada" na canção do Chico.


Imediatismo! Discute-se a segurança nas escolas, discute-se o desarmamento

Calam-se para fatalidades ainda piores anunciadas no levante do bulling, nos tratamentos diferenciados
Vizinhos se escondem atrás das janelas, não querem se envolver com nada que se pareça com o anormal

Pobres crianças, transformem-se em anjos.


Quantos mais por ai, sem diagnóstico, sem amigos, somatizando as dores do mundo, e trancados em seus mundos particulares, articulando nos seus sombrios pensamentos, não aceitando suas doenças da mente, seus transtornos, aguardando o momento do grito fatal.


Escondidos em seus labirintos mentais, cegos, tristes, camuflados de dor, seguem invisíveis para os felizes mortais.

No plano de morte não teve coragem para enfrentar a dor da solidão, levou consigo a alegria de pais, de amigos, como se quisesse lhes roubar o que não teve, o que pensou que lhe deviam.

Honra de heróis a estas crianças que lamentavelmente serviram para saciar Minotauro em seu labirinto

Ecoe o grito das mães, dos amigos, e do invisível ser.

Lamentem suas mortes, lamentem o bom dia esquecido, lamentem a indiferença, o descaso, a cegueira, a falsidade, a má prestação de serviços, a falta de segurança, lamentem o caos social, lamentem por aqueles que fingem não ver, que se acomodam, mas, lamentem também pelos grupos que segregam com a elegância de girafas ao lado das formigas.


 LStz